quinta-feira, 21 de abril de 2011

21º Bienal do livro de SP ultrapassa a expectativa de 700 mil visitantes

A interatividade da Edição 2010, cultura e lazer centralizados em um só lugar incentivam o grande publico a uma contagem regressiva para 2012.

Terminou no ultimo final de semana 21,22 a  Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Grandes personalidades estiveram presentes no encerramento do evento que ultrapassou a marca de 700 mil visitantes.

 Livros com até 30 % de desconto foi atrativo para que o Pavilhão do Anhembi ficasse lotado. Um dos destaques foi à mesa composta por humoristas, o tema do bate papo foi: "Fazer Humor é Coisa Séria", com participação da atriz Guta Stresser, o integrante do CQC Rafael Cortez e o jornalista Guilherme Fiúza que lotaram o espaço Território Livre.

“Nossa não imaginei comprar um Dicionário pela metade do preço, muito engraçado isso os vendedores gritando olha o Dicionário olha o Dicionário me senti em uma feira livre, mais é muito bom de certa forma” contou a educadora Talita Maria da Silva, 24 anos que deixou a Bienal garante ter aproveitado cada minuto.

Já no Salão de idéias, lugar dedicado à escritora Clarice Lispector a palestra “Caminhos da Independência” contou com a presença do jornalista Laurentino Gomes, autor do best-seller “1808” que respondeu perguntas do público e divulgou seu novo trabalho “1822” com lançamento previsto para 07 de setembro.


                                            
  Mauricio de Sousa, em tarde de autógrafos 

Nos que aqui estamos por vós esperamos


“Nos que aqui estamos por vós esperamos”, reflete a realidade de um mundo onde por muito tempo as grades transformações exigiam abrir mão de desejos, vontades, sonhos, esperanças e da própria vida. As forças dos poderosos, a ganância por vencer guerras e a falta de compaixão das épocas mostradas, tratam o ser humano com desprezo, como se sua vida não tivesse importância diante das evoluções, das guerras e das vastas produções das fábricas que surgiam. 

Um grande exemplo de vasta produção e conceito de modernidade é a criação do Ford T, que na época foi um grande marco e exigia dos operários dedicação quase que 100%, mesmo após o desenvolvimento da “linha de produção” que facilitou a produção em massa. Os operários não tinham tempo para seu lazer e para dedicar a família. Porém por outro lado existe o querer de sempre ter o melhor e de sempre dar a melhor estrutura para família. 

O filme retrata o espaço dado às garotas nas grandes indústrias, onde até então só se trabalhavam homens. A luta das feministas a fim de se igualar e a dupla jornada de trabalho que parte das mulheres se submetem até hoje. Trás uma evolução muito marcante que se reflete até os dias de hoje assim como a conquista pelas 8 horas de trabalho reflete um marco na história mundial de evolução, e acima de tudo um início de sentimento humano dos proprietários. Sentimento esse que por muitos anos não existia. 

O desejo de fazer com que as pessoas pensem fez Marcelo Masagão juntasse essas imagens, um link entre o passado e o que temos hoje de evolução mundial, globalização e toda a tecnologia que nos cerca. É explicito o desejo de visar à violência que caminha junto com todos esses avanços, além das gerações que foram decorrentes a esses períodos. Desde as mulheres conquistando espaço, até as grandes guerras, revoluções. 

A vontade de evoluir causou no homem o desejo das descobertas, o desejo de saber o porquê de muitas coisas. A curiosidade que existe em cada uma das pessoas é o sintoma mais amplo de evolução, não existe evolução sem o desejo de querer mudar as coisas. A linguagem que o filme aborda, mostra que a partir dessa evolução existe um mundo cheio de tantas outras, sem fronteiras... Porém com uma limitação a morte, mesmo parecendo obvio, pois o filme conta historias e o fim delas (A morte). E além das imagens de arquivos e cenas de outros documentários, o cenário é um cemitério que tem na entrada a frase que encerra a obra dando sentido ao titulo. 

Mirtes Lima, 2009

Evoluções e divergências do novo século

Livro: SECVENKO, Nicolau. A Corrida para o século XXI: no loop da montanha-russa. São Paulo: Cia das Letras, 2001


Nicolau Sevcenko é historiador e professor de história da cultura, na USP – Universidade de São Paulo, autor de obras consagradas escreve livros que proporcionam reflexões sobre temas atuais como A Revolta da Vacina, Orfeu Extático na Metrópole e “A corrida para o século XXI” que aborda assuntos relacionados a transição entre os séculos XX e XXI. 

A introdução do livro relata detalhadamente as sensações de uma montanha-russa, relaciona os sentimentos que ocorrem durante um passeio no brinquedo com as modificações atuais na sociedade, decorrente do avanço tecnológico e modernidade na entrada do século. 

Um marco dos avanços tecnológicos, culturais e econômicos foi o termino da Segunda Guerra Mundial, nesse período uma área que teve grande expansão foi a de comunicação, os meios de comunicação de massas garantiram ligação e informação entre países. 

No primeiro capítulo “Aceleração tecnológica, mudanças econômicas e desequilíbrios” é relatada a ascensão da Revolução Científico-Tecnológica, todos os avanços pós-guerra e a influencia dessa evolução na economia. Durante a leitura é nítido a ligação de fatos históricos citados no livro que fazem parte da realidade mundial e são perceptíveis até hoje. “... Esse processo revela que as grandes corporações ganharam um poder de ação que tende a prevalecer sobre os sistemas políticos, os parlamentos, os tribunais e a opinião publica...” e retrata a formula encontrada pelas grandes corporações para gerar renda acumulativa no sistema capitalista “A nova formula mágica é: Capitalismo sem trabalhadores mais capitalismo sem impostos”. 

Sevcenko citou também a Guerra Fria, a divisão do mundo entre o bloco socialista e capitalista que acabou com a queda da União Soviética. 

O discurso que buscava um novo contexto político elaborado por Reagan-Thatcher, esclarece o modo de pensar abordado na época: “Não há e nem nunca houve essa coisa chamada sociedade. O que há e sempre haverá são indivíduos". 

A idéia de individualidade trouxe a tona às marcas do capitalismo que as propagandas, e empresas utilizavam neste período para convencer e incentivar o consumo. Principalmente com a ideologia consumista implantada nas camadas sociais ”Eu consumo, logo existo”, onde as características pessoais são camufladas pela roupas, acessórios, equipamentos tecnológicos que obtenho enfim, mais vale o valor das coisas que tenho poder do que o que posso fazer pela sociedade. Fato que caracteriza a desigualdade social que instiga a população a almejar um bem que nem sempre é comum e viável. 

O Neoliberalismo impõe de certa forma uma submissão incondicional ao neocolonialismo, gerando desde o início desse século potencias mundiais que se mantém até os dias de hoje. Desenvolvendo Instituições que garantiram o status de “líder global” como o Banco Mundial e o FMI – Fundo Monetário Internacional. Que dão suporte financeiro para países de Terceiro Mundo ou em Desenvolvimento, porém gera certa dependência financeira e até cultural desses países exportando uma cultura industrializada e sem raízes locais. “A questão não era mais promover o desenvolvimento, mas fazer com que grande parte dos bens, dos recursos e dos mecanismos de decisão das ex-colônias retornasse ás antigas metrópoles colonizadoras”. 

Com isso o crescimento da indústria se tornou conivente a tudo que se modernizava ao redor do mundo, a classe operária cresceu e o desenvolvimento das indústrias cada vez mais freqüentes. Assim a luta pelos direitos dos trabalhadores é exposta no segundo capítulo: “Máquinas, massas, percepções e mentes”. A comunicação citada na introdução é focada nesse capítulo abrange o crescimento das grandes metrópoles. Aborda o consumismo e influencia na sociedade, de pessoas “esclarecidas”, mas facilmente influenciadas. Porém que possuem criatividade para criar o movimento pop nos anos 50 – A Pop Art que expande através da Televisão, moda, filmes e todo movimento de arte engajada ligado a interesses comuns. Informações e meios de expressões ao máximo de publico possível. Mesmo ultrapassando as barreiras, censuras e limitações. 

A arte como bem de consumo, e acessível fez com que ritmos como o jaz e o Hip hop se consagrassem, a musica eletrônica marcou presença e muitos níveis sociais se interligaram através de manifestações artísticas. 

O terceiro capítulo: “Meio ambiente, corpos e comunidades” trás conseqüências da globalização à natureza, alerta quanto aos danos que podem ser irremediáveis em todas as esferas sociais. Porém mostra que uma parte considerável de tudo que a humanidade conquistou hoje é decorrente de esforços e medidas aplicadas no século passado. 

A leitura dessa obra proporciona uma degustação de tudo que somos obrigados a digerir continuamente durante a correria cotidiana. Mudanças que estão ao nosso redor, porém se tornam imperceptíveis em algumas situações. É possível durante análise pensar e formar uma visão crítica e mesmo em controvérsia a pontos do texto, otimista de tudo conquistado no século XXI. 

Mirtes Lima, elaborado para atividade  – 2010

Vinil Verde

          O Surrealismo envolve a trama de Vinil Verde, um dos cincos filmes brasileiros exibidos este ano na seleção da QUINZAINE DES REALISATEURS, em Cannes. Curta-Metragem idealizado e dirigido pelo pernambucano Kleber Mendonça Filho crítico e jornalista especificado em cinema é uma adaptação livre da fábula infantil Russa e Ucraniana “luvas Verdes”, história popularmente conhecida por amedrontar crianças que ousam desobedecer a seus pais, usando da criatividade e o suspense para instigar a imaginação.
Essa história se fez presente na infância da co-roteirista ucraniana Bohdana Smyrnova, que sugeriu a fábula para Kleber Mendonça Filho. Lembra as fábulas e lendas urbanas conhecidas no Brasil como “Boi da Cara preta”, “Bicho Papão” ou até mesmo “loira do banheiro” citada também em outro curta de Kleber Mendonça Filho, “A menina de algodão”.Histórias que inspiram o medo como forma de controle, educa de forma ilustrativa usando o sentido figurado, passando de geração em geração.
O filme se passa no bairro de Casa Amarela em Recife, conta a história de uma família de classe media, composta por mãe e filha, a mãe presenteia sua filha com uma caixa que contem vários disquinhos de vinil, com coloridos e com belas cantigas infantis, a filha que fica sozinha em casa tem como distração escuta-los, porém sua mãe a proibiu de ouvir o disquinho de cor verde.  A criança desobedece. Tentada a ouvir o disco percebe uma certa estranheza e aos poucos provoca a morte de sua mãe.
A historia de baseia nessa tentação continua , a atração por aquilo que eventualmente pode lhe causar mal, deixando uma reflexão de valores, índole, obediência , mas de forma humorística e bem interpretada pelo narrador Ivan Soares ( ator que disponibiliza o seu interpretar através da voz e do sotaque local)  a jovem atriz Gabriela Souza (filha) e  Verônica Maia (mãe) que nunca haviam atuado antes e são mãe e filha na vida real, transparecendo a sintonia mesmo com através de fotografias.
Esse é outro diferencial deste filme, é rodado todo em “stills” composto por cerca de 500 fotos, reveladas escaneadas é provavelmente uma homenagem ao média-metragem “La Jeteé” que também produzia através de fotografias do francês Chris Marker, citado durante os agradecimentos.
O filme premiado trás uma mensagem de reflexão é uma boa alternativa para aqueles que querem educar seus filhos através da cultura, é o cinema de entretenimento e utilidade publica.

Mirtes Lima

Jornalismo Internacional

 Editora Contexto - 2004

O Livro “Jornalismo internacional”, de João Batista Natali jornalista da Folha de São Paulo e profissional qualificado na editoria Inter, busca familiarizar o leitor com o universo do jornalismo internacional. Com capítulos curtos e sucintos as montagens históricas dos fatos abordados na obra possibilitam enxergar dados e conhecer informações até então desconhecidas.
A primeira delas é uma análise feita logo no início do livro onde relata como é selecionado e qual determinado espaço uma notícia ligada a outros países deve ter na editoria. Em relação à prioridade e se é factual ou não.

Assim como em outras editorias o caderno de Internacionais também tem algumas limitações como censura, por exemplo, desde o século XVII em Paris como citado pelo autor até os termos inovadores trazidos pela Suécia como justiça social e a liberdade de expressão. O escritor deixa explicita a dificuldade em classificar profissionais exclusivos da área e controlar esse número por uma série de fatores, como custo financeiro, regimes e culturas de outras nações e até mesmo a facilidade que as Agencias de noticias proporcionaram com o avanço tecnológico. Onde de certo modo o profissional deixa de ter uma particularidade e diferenciação especifica.

Existe uma conclusão clara no livro, “O Jornalismo nasceu internacional” o circular de informações e a troca de benefícios que a comunicação proporciona mostram que realmente o jornalismo tem a necessidade de gerar informação ao máximo de pessoas e a públicos abrangentes. Independente da mídia abordada, tanto no rádio como citado no inicio do livro, quanto posteriormente na Televisão, no impresso, e até os tempos atuais com a globalização e internet.

No livro é abordado também o Jornalismo Internacional em um contexto nacional, em 1808 com a chegada da corte Real Portuguesa e as edições do Correio Brasiliense e dos pasquins que possuíam conteúdos diferentes e fora dos padrões usados hoje, na época era comum tomar partidos e defender posições, denegrir imagens publicas e lançar polemicas.
Provavelmente existiam pautas e assuntos que são compatíveis ao jornalismo sério, porém a população não contestava essa situação, até por que o transporte tipicamente usado na época era as navegações. Os questionamentos só foram levantados após 1822 e o período de transição da maior idade de D. Pedro II. O idioma freqüente era o Frances e a travessia do Atlântico era demorada e com duração incerta.

Relacionando o momento histórico do século XIX, João diz que esse período foi influente “Para historia econômica e para o jornalismo internacional foi um celeiro de riquíssimas e inovadoras experiências” e relaciona que a notícia que era avaliada pelo Burguês como importante era fundamental para o crescimento de seus negócios e interesses. Não só como entretenimento era uma ferramenta que capacitava a sua inserção na economia.

As evoluções tecnológicas estão relatadas em várias partes do conteúdo, quando cita a impressora a vapor inventada pelos Ingleses em 1814, que substituiu os aparelhos de madeira que eram utilizados para impressão de livros e aproveitados também para os jornais. Quando relaciona o habito de escrever na maquina mecânica que foi substituída pela elétrica e até mesmo com os meios de transporte, pois antes as viagens que eram feitas de bonde, passaram a ser feitas de carro.

Nos anos 60, com a era dos satélites de telecomunicações e a Transmissão da chegada do homem à Lua, a radiofoto onde antes as fotos eram enviadas por malotes (com entrega demorada) passaram a ter circulação mundial.

As notícias em circulação mundial proporcionaram ao longo do tempo repercussões de modo concorrido na mídia internacional, como o caso de Monica Lewinsky, que teve enorme proporção devido ao escândalo e envolvimento do ex presidente dos EUA Bill Clinton. De acordo com o próprio livro que cita de forma até cômica: “E o pobre do Papa ganhou espaço no noticiário do telejornalismo dos Estados Unidos porque a pauta que funcionária como filé mignon do noticiário era bem menos católica ou cristã. Tratava-se, obviamente, do escândalo sexual”.

Após deixar nítido a relação e a importância do Jornalismo Internacional, o autor fala sobre a paixão de trabalhar na editoria e se rotula como “curioso” engajado em temas mundiais. 

Mirtes Lima, elaborado para atividade – 2010

A revolução não será televisionada

O documentário A revolução não será Televisionada, de 2003.  Mostra o Neoliberalismo Selvagem. O longo de direção dos Irlandeses Kim Barthey e Donnacha O’ Brian, fala dos acontecimentos no golpe contra o presidente da Venezuela Hugo Chávez em 2002 e sobre o seu governo bolivariano (movimento que constituía a sua ideologia na “liberdade da América” tinha como fundamento unificar os paises infra-estados unidos longe dos ideais capitalistas). Teve como líder Simon Bolívar, figura de grande influência para o presidente da Venezuela Hugo Rafael Chávez Frias início do mandato 1999e se mantém até hoje no poder.

Com uma linguagem popular e com fontes influentes o documentário mostra o poder dos meios de comunicação em um país, à força e alienação que alguns proporcionam. È perceptível as diferentes informações que conflitam, pois enquanto boa parte da imprensa [pessoas com opiniões formadas e formadores de opinião, eventualmente com poder aquisitivo maior], falam mal e  levanta pontos negativos contra o governo de Chávez , a população [menos favorecidos economicamente, e que se beneficiaram com a política esperançosa do atual presidente] o elogia e se a favor da permanência no poder visto por alguns como”ditadura”.

O filme mostra subliminarmente o suposto “complô” formado contra Chávez, a relação da grande mídia e da grande potencia EUA. O modo direto no qual se refere aos interesses Norte Americanos no país (petróleo e dominação dos recursos naturais) deixa explicito o confronto e o fato de que o governo Venezuelano apresenta ameaças ao interesses alheios pois opina de forma audaciosa e sem medo das possíveis restrições. Por isso as comparações com grupos terroristas e barbáries.O discurso que mais caracteriza a humanidade e quando Chaves se refere aos bombardeios no Afeganistão e criticando a atuação dos EUA “Não se pode responder o terror com mais terror...”!

Os benefícios trazidos pela política de Chaves estruturada nas Missões bolivarianas têm objetivos comuns ao que deveriam ser aplicados na democracia, porém a constituição e a ideologia pregada são controvérsias em relação a sistema atual Brasileiro. 


Um dessas a liberdade de expressão e imprensa, o documentário mostra o trabalho realizado pelos canais privados e comerciais (onde indicam influências no golpe de 11 de abril de 2002), As articulações da imprensa golpista foram por algumas vezes relevadas, Momentos registrados que mostram a superioridade e arrogância do procurador Pedro Carmona, ao anunciar a dissolução do Congresso, da corte e revogar a constituição do país, logo após sendo surpreendido sendo preso em uma sala do palácio Miraflores.


A proximidade do governo é mostrada durante o filme, relata a historia de uma moradora da Favela que conversa com o presidente e sobre o programa de radio Alô presidente onde o publico fala diretamente e ao vivo com Hugo Chávez. Essa comunicação é citada por Chávez, quando diz:
  “ ...È um problema grave na revolução, não se comunicar para rádios, TV’s, jornais...”

Essa franqueza no dialogo com a população mundial resultou em “inimizades”, o governo dos Estados Unidos afirma que Chávez é uma ameaça á democracia na América Latina, criticam o autoritarismo e os chamam de fruto de Fidel Castro.

Criticas similares ocorrem no Brasil, porém a liberdade que a imprensa possui algumas vezes são utilizadas apenas em benefícios próprios ou a fim de distorcer uma informação até que se torne uma verdade absoluta (o ex-presidente Fernando Collor é o exemplo disso, a mesma mídia que o elegeu, apoiou as diretas já, e o mesmo foi deposto)

Polemico Hugo sofre oposição em seu governo de ambas partes do mundo. Muitos não acreditam em seu modo de governar, porém aqueles que são beneficiados e que hoje têm voz em uma sociedade antes extremamente dividida, não se abalam e relembram com carinho e afeto daquele que em 1998 foi eleito pela massa.

Mesmo com toda oposição e influencia que a imprensa possa proporcionar,
É investido na educação e a ideologia é enraizada a fim de não dispensar tudo o que já foi conquistado.

Por ventura os Irlandeses acompanharam de perto o golpe de 2002 e registraram o recuo de Chávez com a frase marcante que rebate um manifesto de um próprio aliado: “Presidente voltaremos” ele responde “Ora! Nem fomos embora”.

As atitudes tomadas pelo presidente não são questionadas de modo negativo, o documentário busca mostrar o lado camuflado pela imprensa oportunista que se equivoca na maioria das vezes, mas não abandona os interesses individuais.

Ponto que contradiz com a ideologia socialista, que pensa no bem comum e no convívio social sem diferenças, lutando por igualdade, transparência e justiça.



Mirtes Lima, elaborado para atividade - 2010

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Afinal, é crime baixar músicas e filmes pela Internet?

Quem aqui nunca usou como fonte, a Internet para baixar um vídeo,filme,coletânea,entre outros?
Internautas de todo o mundo utilizam desse meio (download) para conhecer inúmeros CD's sem gastar dinheiro.

No dia 15 de março, muitos usuários do site Orkut ficaram órfãos de uma comunidade que beirava quase um milhão de membros, a “Discografia".
Nessa comunidade era possível encontrar um acervo com os mais diversos Cd's das mais variadas bandas, agradando a todas as tribos.

Em entrevista ao nosso blog, o dono de uma loja de cd´s em São Caetano do Sul-SP, (ele pede para não ser identificado, pois cita valores), ele informa até 5 anos atrás, no mês de dezembro, ele chegava a faturar 70 mil reais, e nos demais meses o lucro bruto girava em torno de 40 mil, atualmente, no final de ano o lucro não passa de 15 a 20 mil e nos outros meses 10 mil. O lucro líquido mensal atualmente é de 3 mil reais, muito pouco, comparado com antigamente. Ele lucra bem mais com a venda de acessórios (cabos de áudio e vídeo, instrumentos musicais, cordas e acessórios pra instrumentos em geral, fones de ouvido, pilhas, fita VHS) do que propriamente com os cds.
A favor ou contra o compartilhamento de músicas na Internet, o fato é que não existe forma de se evitar que um cd vaze na rede.

Mas a questão é: Estamos cometendo crime ao baixar um CD, filme entre outros na Internet?

Esse debate deve se basear em prós e contras a exemplo esta o desemprego que aumentou com o avanço da tecnologia: Homem X Maquina. Em entrevista com o ex-gerente de uma rede de locadoras, Alex Sandro Soares, 26 anos, ele relata o quanto foi prejudicado por essa invasão da pirataria. “Para meu crescimento profissional foi ótimo trabalhar na Blook Buster, mas de certa forma para o meu lado pessoal foi um grande choque quanto meu supervisor me chamou na sala de reuniões, eu já tinha feito isso com outros funcionários a fim do mesmo propósito explicar que realmente tínhamos sido afetados pela globalização e que nossos filmes não estavam tendo o mesmo alcance de antes, nossas promoções não eram mais atrativas em fim... Você está despedido!... Mas comigo foi muito mais doloroso não imaginei que fosse acontecer e o meu mérito de ser um dos gerentes mais novos da região foi o que me condenou na hora do corte”. 

A decadência das vídeos locadoras foi inevitável como o maior acesso a máquinas que copiam CD’s e DVD’s  o custo ficou mais baixo e com os preços dos concorrentes ficou mais difícil contornar a situação alarmante que se instalou na vida dos comerciantes do ramo, segundo Samira Felix Martins que possuía uma Locadora em São Bernardo do Campo –SP, “ Tínhamos como funcionários nossos filhos eu e meu esposo trabalhávamos afim de fazer com que o crescimento fosse decorrente do lucro que ganhávamos, e isso realmente aconteceu, ganhamos e estabilizamos nosso comercio com o que havia de melhor porém hoje temos que nos desfazer aos poucos de tudo que conquistamos pois a concorrência é desrespeitos. 

É mais barato comprar um filme pirata do que alugar um lançamento.Diz a proprietária que hoje tem cerca da 80% de sua locadora vendida.

 A equipe pólemos foi um pouco mais a fundo nesse assunto e trouxe para esse espaço e discussão alguns vídeos para melhor entendimento dessa POLÊMICA!



Mirtes Lima, elaborado pela equipe do http://espacopolemos.blogspot.com em 2009

Barreiras Comunicacionais

      Assisti ao filme Feliz Natal, de direção do ator Selton Mello, o filme retrata um natal de uma família desestruturada. Onde o personagem principal (Caio, interpretado por Leonardo Medeiros) encontra muitas barreiras comunicacionais durante todo o filme, desde o convívio familiar com seus pais até no relacionamento amoroso.

    Que está vinculado com seu passado de rebeldia, frustrações e perdas. Fatores que levam a viver no interior de uma cidade excluído da realidade na qual vivia antes, após a prisão ele busca conforto e estabilização em um ferro velho onde trabalha e constrói sua vida ao lado de uma mulher que nem ao menos conversa. (são poucos os diálogos entre o casal, deixando explicito a ausência de afeto e principalmente comunicação).

    Depois de alguns anos, comovido pelo espírito natalino decide reencontrar sua família, que vive em uma grande metrópole (barreira distância), com gestos garante a reconciliação com os sobrinhos (presenteando-os e estabelecendo uma comunicação de carinho). Seus pais que são separados vivem em guerra, a mãe (Darlene Glória) que passa por problemas alcoólicos e psíquicos o envolve usando do sensacionalismo para  declara ser depende do filho, e culpa a ausência por estar naquela situação de abandono. O Pai (Lucio Mauro) é casado com uma jovem de caráter duvidoso e usa o recurso de remédios para manter relação. É rancoroso e ignora o retorno do filho de forma violenta.

    Esse encontro acontece na casa de irmão Theo (Paulo Guarnieri), que vive o irmão bem estruturado e com a família “perfeita” rotulo dado á uma relação sustentada de aparências.
     No decorrer do filme é notável a solidão que cada um em cena vivencia, mesmo estando todos juntos em uma data comemorativa, o contraste entre sóbrio e peculiar é notável, pois todos possuem conflitos pessoais e interpessoais, porém agem com a peculiaridade formal e ao mesmo tempo desnecessária, pois estabelece mais uma barreira nessa comunicação.
          Pude observar barreiras comunicacionais de tempo; meio físico envolvente; clima relacional; fatores históricos da vida pessoal e social; e expectativas geradas em um contexto geral.


Ficha técnica:
  
Título original: Feliz Natal
Gênero: Drama
Duração: 01 h 40 min
Ano de lançamento: 2008
Estúdio: Bananeira Filmes
Distribuidora: Europa Filmes
Direção: Selton Mello
Roteiro: Selton Mello e Marcelo Vindicatto
Produção: Vânia Catani
Fotografia: Lula Carvalho
Direção de arte: Renata Pinheiro
Edição: Selton Mello
Elenco:Leonardo Medeiros  /Darlene Glória  /Graziella Moretto (Fabiana) /Paulo Guarnieri  /Lúcio Mauro /Emiliano Queiroz Fabrício Reis /Thelmo Fernandes /Nathalia Dill /Hossen Minussi /Cláudio Mendes /Rose Abdalah /Daniel Torres. 

Mirtes Lima, 2009




Análise comparativa entre Dorothea Lange e Walker Evans

   O trabalho de fotografia documental realizado por Dorothea Lange, teve grande repercussão durante a grande depressão Americana em 1930 registrando o cotidiano dos camponeses em vinte e dois estados Americanos, retratando a difícil realidade enfrentada.

FOTO:Walker Evans

   Junto á obra de Walker Evans que fotografou em especial a decadência no cenário rural durante a grande crise.  Se tornaram referencia no fotojornalismo, ambos trabalhavam para a F.S.A. (Farm Security Administration) um órgão federal criado pelo presidente Franklin Delano Roosevelt que no período da crise desenvolveu o olhar externo do que realmente ocorria, tinha como objetivo registrar o momento histórico e decadente vivido pelo país por isso as fotos fogem dos padrões “normais” da época, usando a miséria como cenário natural, em fotos que informam e transparecem a situação detalhadamente.

Buscando sempre imagens que ligassem à realidade critica, com um olhar critico dos fotógrafos, eles desenvolveram seus estilos próprios e individuais, mesmo fotografando um só contexto tinham um diferencial, Walker fotografava a arquitetura e vazio que pairava nas cidades antes movimentadas. Dorothea usava a simbologia para caracterizar e valorizar a imagem.

FOTO:Dorothea Lange
Fotografava momentos do cotidiano, em alguns casos demonstra a depressão que se instalou nas pessoas devido á perca de bens e dignidade, garantia através de focos, e enquadramentos um estilo pessoal o que resultou em mais de dez mil publicações de sua obra mais famosa, “Mãe imigrante”. Um retrato que simbolicamente tornou-se a “cara” desse período na historia Americana. Registra um olhar angustiado de uma mulher e seus filhos, e faz parte de uma serie que valorizava as mãos vazias e os olhares sem muitas perspectivas. Walker também fez alguns retratos, porém usou um estilo diferente, explorou os ensaios onde registrava a pobreza camuflada, mas realista.

 A atenção aos detalhes e a sensibilidade de fotografar o que muitos não enxergavam, marcou o trabalho de Lange e Evans, mostrando ao mundo a realidade de um país em crise.




Mirtes Lima, elaborado para atividade de fotografia - 2010
MARCADORES: REFLEXÕES 


Desenvolvimento cultural do Brasil


 (Do descobrimento a ditadura militar)


Após a chegada da corte portuguesa no Brasil (1808) a cultura até então importada da Europa se tornou mais popular e vigente. Os hábitos na sociedade foram adaptados e até mesmo vetados em alguns casos.  Houve repercussão na moda, música, gastronomia e na realidade cultural de modo geral. Exemplos encontrados no livro de Laurentino Gomes – 1808. “Brincos, anéis e enfeites, pendulas, relógios de repetição, musica para homens e para senhoras, vinho de Champagne a 480 a garrafa, um moinho portátil para grão. Um sortimento de livros e muitas mercadorias a preços cômodos...” Trecho que relata artigos de uma loja montada depois da chegada dos Portugueses.
Com o crescimento do país a diversidade tornou-se umas das principais características, porém se estagnou durante o período da ditadura militar (1964-1985), momento onde a população foi reprimida, e os movimentos artísticos censurados, todos que se opunham ao governo sofriam os relapsos de um regime ditatorial.
O vídeo abaixo trás imagens e duas musicas da época, “Apesar de você” de Chico Buarque e “Cálice” de uma parceria de Gilberto Gil e Chico, ambas relatam de forma subliminar as dificuldades e revolta da sociedade durante o regime militar, nele é ressaltado todos os presidentes que governaram e fatos histórico que marcaram esse período:



A opressão e ameaça constante foi motivo para que os artistas que se expunham à sociedade fossem exilados do país, desde a musica e até pessoas ligadas a movimentos políticos. Todos que buscavam informar ou alertar a sociedade de forma direta sofreram repressão, alguns de maneira branda e outros que pagaram o preço com suas próprias vidas.
Sabemos de nomes populares hoje em dia que passaram por esse período (pessoas influentes na música, literatura, comunicação, artes plásticas e política), porém o teatro também sofreu censura e estagnou-se na época. Em um texto disponível no site http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=716 escrito  por Carlos Aparecido dos Santos, professor de história em São Caetano ABC paulista, ele descreve fatos sobre a influencia do teatro na época, e como foi complicado para os atores viver sob regime militarTalvez o ano mais trágico de toda história do teatro brasileiro foi 1968. A censura assume um papel de protagonista na cena nacional, declara guerra contra a criação teatral, torna-se incomodamente presente no cotidiano dos artistas. Em janeiro o general Juvêncio Façanha que no ano anterior mandou o ameaçador recado para os artistas "Ou vocês mudam, ou acabam", da uma estarrecedora declaração, que define com clareza a atitude do regime com à atividade cênica: "A classe teatral só tem intelectuais, pés sujos, desvairados e vagabundos, que entendem de tudo, menos de teatro".
Em fevereiro, um fato que deixou a classe teatral indignada, foi a retirada da peça, "Um Bonde Chamado Desejo", de Tennesse Williams, e ainda por cima de impor à atriz Maria Fernanda, e ao produtor, Oscar Araripe uma suspensão de 30 dias. Os teatros do Rio e de São Paulo declaravam-se em greve, em protesto liderado por personalidades como: Cacilda Becker, Glauce Rocha, Tônia Carrero, Ruth Escobar e Walmor Chagas. São realizadas por esses grupos, diversas vigílias cívicas nas escadarias dos teatros das duas cidades, e ocorrem vários conflitos com a polícia...” No texto é citado o teatro Oficina que sofreu repressão da ditadura teve seus espetáculos censurados e hoje continua ativo, formando atores e sendo exemplo para muitas companhias teatrais.




 Teatro Oficina em 1968

 Teatro Oficina em 2009






Ilustração sobre a musica censurada “Pare de Tomar a Pílula” de Odair José, mesmo tendo ritmo relacionado ao “brega” e popular a musica foi vetada em 1973, pois trazia a popularização do anticoncepcional e de todos os ideais revolucionários e que podiam atrapalhar a campanha de planejamento familiar do projetado governo do General Médici.

A classe artística se tornou forte e intensificou os protestos na sociedade, agindo como formadores de opinião e superando as necessidades vividas na época, eram mais influentes e coesos desenvolvendo participação cultural na sociedade, diferente da cultura massificada dos tempos atuais.


Mirtes Lima, elaborado para atividade eletiva - 2010
MARCADORES: REFLEXÕES