quinta-feira, 21 de abril de 2011

Nos que aqui estamos por vós esperamos


“Nos que aqui estamos por vós esperamos”, reflete a realidade de um mundo onde por muito tempo as grades transformações exigiam abrir mão de desejos, vontades, sonhos, esperanças e da própria vida. As forças dos poderosos, a ganância por vencer guerras e a falta de compaixão das épocas mostradas, tratam o ser humano com desprezo, como se sua vida não tivesse importância diante das evoluções, das guerras e das vastas produções das fábricas que surgiam. 

Um grande exemplo de vasta produção e conceito de modernidade é a criação do Ford T, que na época foi um grande marco e exigia dos operários dedicação quase que 100%, mesmo após o desenvolvimento da “linha de produção” que facilitou a produção em massa. Os operários não tinham tempo para seu lazer e para dedicar a família. Porém por outro lado existe o querer de sempre ter o melhor e de sempre dar a melhor estrutura para família. 

O filme retrata o espaço dado às garotas nas grandes indústrias, onde até então só se trabalhavam homens. A luta das feministas a fim de se igualar e a dupla jornada de trabalho que parte das mulheres se submetem até hoje. Trás uma evolução muito marcante que se reflete até os dias de hoje assim como a conquista pelas 8 horas de trabalho reflete um marco na história mundial de evolução, e acima de tudo um início de sentimento humano dos proprietários. Sentimento esse que por muitos anos não existia. 

O desejo de fazer com que as pessoas pensem fez Marcelo Masagão juntasse essas imagens, um link entre o passado e o que temos hoje de evolução mundial, globalização e toda a tecnologia que nos cerca. É explicito o desejo de visar à violência que caminha junto com todos esses avanços, além das gerações que foram decorrentes a esses períodos. Desde as mulheres conquistando espaço, até as grandes guerras, revoluções. 

A vontade de evoluir causou no homem o desejo das descobertas, o desejo de saber o porquê de muitas coisas. A curiosidade que existe em cada uma das pessoas é o sintoma mais amplo de evolução, não existe evolução sem o desejo de querer mudar as coisas. A linguagem que o filme aborda, mostra que a partir dessa evolução existe um mundo cheio de tantas outras, sem fronteiras... Porém com uma limitação a morte, mesmo parecendo obvio, pois o filme conta historias e o fim delas (A morte). E além das imagens de arquivos e cenas de outros documentários, o cenário é um cemitério que tem na entrada a frase que encerra a obra dando sentido ao titulo. 

Mirtes Lima, 2009

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