segunda-feira, 4 de abril de 2011

Desenvolvimento cultural do Brasil


 (Do descobrimento a ditadura militar)


Após a chegada da corte portuguesa no Brasil (1808) a cultura até então importada da Europa se tornou mais popular e vigente. Os hábitos na sociedade foram adaptados e até mesmo vetados em alguns casos.  Houve repercussão na moda, música, gastronomia e na realidade cultural de modo geral. Exemplos encontrados no livro de Laurentino Gomes – 1808. “Brincos, anéis e enfeites, pendulas, relógios de repetição, musica para homens e para senhoras, vinho de Champagne a 480 a garrafa, um moinho portátil para grão. Um sortimento de livros e muitas mercadorias a preços cômodos...” Trecho que relata artigos de uma loja montada depois da chegada dos Portugueses.
Com o crescimento do país a diversidade tornou-se umas das principais características, porém se estagnou durante o período da ditadura militar (1964-1985), momento onde a população foi reprimida, e os movimentos artísticos censurados, todos que se opunham ao governo sofriam os relapsos de um regime ditatorial.
O vídeo abaixo trás imagens e duas musicas da época, “Apesar de você” de Chico Buarque e “Cálice” de uma parceria de Gilberto Gil e Chico, ambas relatam de forma subliminar as dificuldades e revolta da sociedade durante o regime militar, nele é ressaltado todos os presidentes que governaram e fatos histórico que marcaram esse período:



A opressão e ameaça constante foi motivo para que os artistas que se expunham à sociedade fossem exilados do país, desde a musica e até pessoas ligadas a movimentos políticos. Todos que buscavam informar ou alertar a sociedade de forma direta sofreram repressão, alguns de maneira branda e outros que pagaram o preço com suas próprias vidas.
Sabemos de nomes populares hoje em dia que passaram por esse período (pessoas influentes na música, literatura, comunicação, artes plásticas e política), porém o teatro também sofreu censura e estagnou-se na época. Em um texto disponível no site http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=716 escrito  por Carlos Aparecido dos Santos, professor de história em São Caetano ABC paulista, ele descreve fatos sobre a influencia do teatro na época, e como foi complicado para os atores viver sob regime militarTalvez o ano mais trágico de toda história do teatro brasileiro foi 1968. A censura assume um papel de protagonista na cena nacional, declara guerra contra a criação teatral, torna-se incomodamente presente no cotidiano dos artistas. Em janeiro o general Juvêncio Façanha que no ano anterior mandou o ameaçador recado para os artistas "Ou vocês mudam, ou acabam", da uma estarrecedora declaração, que define com clareza a atitude do regime com à atividade cênica: "A classe teatral só tem intelectuais, pés sujos, desvairados e vagabundos, que entendem de tudo, menos de teatro".
Em fevereiro, um fato que deixou a classe teatral indignada, foi a retirada da peça, "Um Bonde Chamado Desejo", de Tennesse Williams, e ainda por cima de impor à atriz Maria Fernanda, e ao produtor, Oscar Araripe uma suspensão de 30 dias. Os teatros do Rio e de São Paulo declaravam-se em greve, em protesto liderado por personalidades como: Cacilda Becker, Glauce Rocha, Tônia Carrero, Ruth Escobar e Walmor Chagas. São realizadas por esses grupos, diversas vigílias cívicas nas escadarias dos teatros das duas cidades, e ocorrem vários conflitos com a polícia...” No texto é citado o teatro Oficina que sofreu repressão da ditadura teve seus espetáculos censurados e hoje continua ativo, formando atores e sendo exemplo para muitas companhias teatrais.




 Teatro Oficina em 1968

 Teatro Oficina em 2009






Ilustração sobre a musica censurada “Pare de Tomar a Pílula” de Odair José, mesmo tendo ritmo relacionado ao “brega” e popular a musica foi vetada em 1973, pois trazia a popularização do anticoncepcional e de todos os ideais revolucionários e que podiam atrapalhar a campanha de planejamento familiar do projetado governo do General Médici.

A classe artística se tornou forte e intensificou os protestos na sociedade, agindo como formadores de opinião e superando as necessidades vividas na época, eram mais influentes e coesos desenvolvendo participação cultural na sociedade, diferente da cultura massificada dos tempos atuais.


Mirtes Lima, elaborado para atividade eletiva - 2010
MARCADORES: REFLEXÕES

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